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Prisioneia de uma concha - Rua David Campista

Prisioneira de uma concha
 

concha


Ser humano ou ser animal?
O rosto, os braços e as pernas são de mulher, mas o tórax é de caramujo.
A expressão é de dor por não ser reconhecida nem por um e nem por outro.
Dor que não pode ser mensurada pelos considerados “normais” .
Dor presente no gemido por ser discriminada como aberração da natureza.
“Normal” e “Aberração”: duas categorias que geram identidades distintas.
Identidades que simbolizam conflitos, antagonismos, sofrimento.
Identidades que obstacularizam as possibilidades de superação do diferente em busca do similar.
Assim, ignoramos que corpos são simples instrumentos para presença das almas no mundo físico.
Alma, conceito abstrato que significa a essência da vida, pois, na morte, ela se desprende do corpo.
É pela alma que sentimentos, percebemos, tomamos decisões e executamos ações.
É a alma que mantém a integridade do corpo físico, pois pela morte este se desintegra.
Alma é luz, energia, essência da vida.
Almas são individualizadas, mas não possuem graduação hierárquica entre si.
Almas são possibilidades de conhecimentos representados por experiências que se transmutam em luzes.
Experiências representam as escolhas dos caminhos distintos que percorremos para conhecermos as sutilezas do mundo.
Por isso, somos experiências, iguais enquanto possibilidades, distintas enquanto subjetividades.
Daí que “normal” e “aberração” são tão somente experiências distintas que exigem mudanças radicais de mentalidades com predomínio de respeitos mútuos.

Graffiti na Rua David Campista, Vila Léa.
Data da foto: 09/11/2016.

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